Aumento do Consumo de Combustível no Rio de Janeiro dado o uso do Ar Condicionado
Decreto assinado nesta última segunda, dia 24/02/2014, pelo prefeito Eduardo Paes determina que todos os ônibus novos incorporados à frota da cidade do Rio de Janeiro sejam dotados de ar condicionado.
Atualmente, dos 8 mil 788 veículos de transporte coletivo da cidade, apenas 19% possuem ar condicionado.
De acordo com os estudos realizados pela LHT, o consumo de combustível com o ar condicionado ligado é em média 10% maior do que com ele desligado – essa diferença pode chegar a 25% dependendo de alguns fatores como temperatura, nível de utilização do ar e características do veículo.
Portanto, além do custo com a aquisição dos equipamentos, as empresas de ônibus terão um gasto maior com o combustível, tudo isso sem poder alterar o valor das tarifas.
Se considerarmos um consumo médio de 4.500 litros de diesel por veículo/mês, a utilização do ar condicionado pode resultar num aumento mensal no consumo de combustível de 450 litros por veículo.
A prefeitura diz que a meta deste ano é passar de 19% para 30% da frota com ar condicionado, o que implicaria num aumento no consumo de aproximadamente 435 mil litros de diesel por mês.
Até 2016, a previsão é de que todos os ônibus tenham este tipo de equipamento, o que resultaria num maior consumo de combustível de aproximadamente 3,2 milhões de litros diesel/mês, ou então, 38 milhões de litros de diesel/ano em comparação com o que é gasto hoje com apenas 19% da frota com ar condicionado – nesse cálculo não foram consideradas as possíveis alterações no número da frota e aquisições de ônibus ecologicamente corretos.
Apesar de ser uma ótima iniciativa para melhorar a qualidade do transporte público no Rio, o uso do ar condicionado implica num aumento de emissões de poluentes na atmosfera decorrente do maior consumo de combustível.
Dado o comprometimento do governo na redução dos gases do efeito estufa, vale uma atenção especial nesse assunto a fim de mitigar as emissões por meio de novas tecnologias e ônibus ecologicamente corretos.
Ônibus com Tecnologia Limpa em Teste/Operação no Brasil
– HIBRIBUS VOLVO (fabricado em Curitiba): Tecnologia Híbrido Paralela.
A partida do veículo é dada exclusivamente com o motor elétrico, que continua em funcionamento até o ônibus atingir, aproximadamente, 20 km/h. Esta velocidade corresponde a 40% das operações de um veículo urbano, caracterizadas por diversas paradas ao longo do percurso. Também é nesta velocidade que um motor diesel polui mais. A partir de 20 quilômetros por hora, entra em operação o motor diesel, que é menor que o dos ônibus convencionais.
De acordo com o fabricante, a maior vantagem do Hibribus está no quesito sustentabilidade. O ônibus emite até 90% menos substâncias nocivas ao ambiente que os equipados com motor Euro 3, e até 50% menos que os propulsores Euro 5, além de garantir redução no consumo de combustível em 35%.
– HÍBRIDO BR/MERCEDES-BENZ (fabricado em São Bernardo do Campo): Tecnologia Híbrido em Série ou Híbrido Seriado.
O motor a diesel funciona durante toda a operação, mas não é responsável pela movimentação do ônibus, atuando apenas como gerador do motor elétrico que faz o ônibus funcionar o tempo todo. O ônibus possui um sistema de baterias feitas pela Moura que consegue armazenar e aproveitar melhor a energia. Não há desperdício do que é gerado pelo motor diesel e pelo sistema de frenagem regenerativa (quando o sistema armazena a energia que não é usada nos momentos de menos esforço do ônibus).
A otimização do motor diesel para a aplicação, a eficiência dos motores elétricos, a tecnologia de baterias, o sistema de frenagem regenerativa e a tecnologia de tração que gerencia todos os conjuntos permitem que o ônibus elétrico híbrido reduza a emissão e o consumo de combustível. As emissões locais, como o material particulado, são reduzidas em até 95% e o consumo de diesel, em operação comercial, está em torno de 20%.
– E-BUS ELETRA/MITSUBISHI (montado em São Bernardo do Campo): Ônibus 100% elétrico, sem a necessidade de rede aérea.
Está em testes na extensão do Corredor Metropolitano ABD, entre Diadema e a estação de trens da CPTM Berrini. É um ônibus articulado de chassi Mercedes-Benz. No Terminal Metropolitano de Diadema, há uma estação para as baterias serem recarregadas. São planejadas quatro recargas rápidas de quatro minutos em média cada, ou uma recarga de dez minutos a cada 50 quilômetros percorridos. Na garagem, o veículo recebe uma recarga lenta de quatro horas. As baterias e parte do sistema foram feitas pela divisão brasileira e pela divisão japonesa da Mitsubishi. Também uma parte do sistema e a integração dos equipamentos couberam à Eletra.
– Ônibus Elétrico Puro BYD (fabricado na China).
O veículo é testado em São Paulo e também já passou por testes em Brasília, Salvador e Palmas. É 100% elétrico e as recargas são feitas na garagem. A autonomia do ônibus é de cerca de 250 quilômetros e a emissão de poluentes é zero.
-Trolebus Eletra/WEG (fabricado em São Bernardo do Campo).
Os veículos ainda dependem de rede aérea, mas estão modernizados. Alavancas pneumáticas reduzem os riscos de quedas durante o trajeto. O sistema é de corrente alternada, considerado mais moderno, e os ônibus possuem baterias que permitem circulação entre quatro e sete quilômetros sem necessidade da rede de fios.
Fonte: Ponto de ônibus