Conheça Cinco Mitos da Mecânica de Caminhão
Experiência é um fator que faz toda diferença na condução de um caminhão. Saber como agir em situações de risco, quais são os hábitos necessários para cuidar bem do veículo e as melhores maneiras de economizar combustível são conhecimentos que se aprimoram com o tempo na boleia.
Mas a experiência também pode carregar alguns vícios e hábitos errados, passados de geração em geração. Alguns são tão comuns e disseminados no cotidiano da profissão que acabam se tornando mitos da mecânica. Muitos motoristas acreditam estar fazendo o correto, mas acabam agindo justamente ao contrário do recomendado pelos fabricantes.
Reunimos opiniões de instrutores de direção e de profissionais de montadoras e esclarecemos cinco desses mitos:
Aquecer o motor
Esquentar o motor antes de partir é um costume herdado da época em que os caminhões não tinham injeção eletrônica e os óleos lubrificantes não eram tão viscosos. Muitos acreditam ser necessário manter o motor ligado por até 15 minutos antes de rodar com o veículo – um costume sem justificativa, segundo o coordenador e instrutor do Centronor, Renato Rossato. “Sabemos que caminhão se aquece rodando, pois há diversos componentes que parados não recebem calor e aquecimento, como rolamentos, freios, embreagem, caixa de transmissão, eixo traseiro, entre outros. Não adianta aquecer por 10 minutos parado e depois sair cambiando em altas rotações, ou forçando o caminhão”, explica.
O gerente de negócios de assistência técnica da Scania Brasil, Fernando Leite, lembra a necessidade de deixar o motor funcionando por poucos minutos antes de sair para encher o sistema de ar e freio do caminhão, fazendo com que os balões de ar comprimido se completem. Entretanto, não há necessidade de manter o motor funcionando com o veículo parado por mais tempo, pois não muda em nada no aquecimento do veículo.
Tirar a válvula termostática
Alguns motoristas não acreditam na necessidade de utilizar a válvula termostática. A peça é um componente do motor que regula a divisão de fluxo do líquido de arrefecimento entre o motor e o sistema do radiador. Quando o motor está frio, por exemplo, ela mantém o líquido circulando apenas no motor, para aquecê-lo mais rapidamente. Se o motor está muito aquecido, ela transfere a circulação para o sistema do radiador.
Segundo Fernando Leite, o mito existe graças aos problemas apresentados no passado por esse tipo de sistema. Ele afirma que hoje em dia os defeitos são raros, mas alguns motoristas insistem no hábito de retirar o equipamento, reduzindo a capacidade de arrefecimento do motor à metade, pois mantém o líquido sempre circulando tanto pelo motor quanto pelo radiador. “Em uma subida forte, com o máximo da capacidade, o motor trabalhará superaquecido e quando estiver frio, vai demorar mais para aquecer, pois o líquido não vai circular apenas dentro do motor”, conta.
Acelerar ao ligar e ao desligar o motor
Certos motoristas pisam fundo no acelerador ao estacionar o caminhão, elevando as rotações do motor antes de desligar a ignição. A prática deriva também de caminhões antigos, da década de 1950, movidos a gasolina e com carburador. Por esse motivo, uma acelerada antes de desligar ajudava a encher a cuba de gasolina do carburador, responsável por dar partida no motor. Outros ainda acreditam que esse hábito otimiza a lubrificação do motor, acelerando logo após dar a partida.
Na verdade, acontece o contrário. Com os caminhões novos, a prática além de desperdiçar diesel, prejudica turbinas e o próprio motor. O motivo é justamente a lubrificação. “Quando o motorista liga o motor acelerado, existe um tempo para que a bomba de óleo lubrifique a parte mais alta do motor. Nesses casos, o motor vai girar sem a lubrificação adequada. O mesmo vale para as turbinas, que param de funcionar de maneira inercial. Ao acelerar e desligar o motor, a turbina seguirá girando até parar, e sem estar lubrificada”, afirma Rossato.
Não usar aditivo radiador
A não necessidade de adicionar líquido aditivo à água do radiador é mais uma lenda que corre as estradas. Muitos desconhecem, mas esse líquido tem capacidade de transformar as propriedades da água. Basicamente, amplia os intervalos entre fervura e congelamento do líquido, evitando que superaqueça no verão ou corra o risco de congelar em invernos rigorosos. “Outra importância são as propriedades anticorrosivas dos aditivos. Eles protegem a parte interna do motor de corrosão e ferrugem”, alerta Leite.
Utilidade do freio motor
Há motoristas de caminhão que questionam a necessidade do freio motor. “Alguns acreditam que ele danifica os coletores do escapamento, superaquece o motor, causa problemas para sugar o óleo do carter por causa da pressão em demasia, enfim, uma infinidade de justificativas erradas”, lembra Rossato.
Além de manter o caminhão com maior segurança na pista, principalmente nos declives acentuados e longos, o freio motor evita o desgaste das lonas e tambores do freio de serviço, que podem aquecer e até parar de funcionar. “Alguns acham que aumenta o consumo de combustível, mas acontece o contrário, na verdade quando o freio motor é acionado, a injeção de combustível é cortada totalmente, o motor trabalha sem queima”, ressalta Leite.
Fonte: Terra
Frotistas Europeus Pessimistas Sobre a Eficiência no Consumo de Combustível
Um novo relatório, intitulado “Levar a eficiência de consumo de combustível ao transporte rodoviário de mercadorias da Europa” (“Driving fuel efficiency in Europe’s road freight transport”), publicado pela Goodyear Dunlop revela que apesar dos esforços para melhorar a eficiência no consumo de combustível, uma em cada sete transportadoras rodoviárias europeias prevê o encerramento da sua atividade daqui a oito anos, a não ser que sejam feitos importantes desenvolvimentos para melhorar a eficiência no consumo de combustível das frotas.
No simpósio dedicado às frotas, realizado dia 25 de janeiro, em Bruxelas, a Goodyear Dunlop apresentou várias recomendações para ajudar o setor de transportes rodoviários comerciais a melhorar a sua eficiência no consumo de combustível.
O consumo de combustível de um veículo tem um impacto direto na emissão de CO2. O Relatório Transportes Rodoviários para 2020 da Goodyear Dunlop (Goodyear Dunlop’s Road to 2020) mostra que um terço (30%) das frotas europeias não tem atualmente um plano em vigor para responder à tão esperada regulamentação europeia de CO2. No mais recente Livro Branco sobre os Transportes, a Comissão Europeia deu indicações claras que mais regulamentação e impostos sobre o combustível e a emissão de CO2, serão introduzidos nos próximos dez anos.
Ao mesmo tempo, as frotas estão atentas ao setor e os decisores políticos ajudam a atingir uma maior eficiência no consumo de combustível:
- Uma em cada três pretende que a UE invista em tecnologia de eficiência no consumo de combustível e em programas de desenvolvimento;
- Uma em quatro pretende uma ferramenta de modelação que preveja o custo e a emissão de CO2 de investimentos em equipamento ecológico e formação;
- Uma em quatro pretende mais informações sobre os fatores que afetam a eficiência de consumo de combustível;
- Uma em cinco pretende que a legislação europeia incentive as frotas em matéria de eficiência de consumo de combustível.
Com o aumento do preço do combustível e dado que duas em cinco frotas afirmarem que estão sob pressão dos seus clientes para tornar as suas operações ecológicas, não é de surpreender que mais de nove em dez frotas estejam a trabalhar no sentido de reduzir o consumo de combustível:
- Sete em dez investiram na formação em condução ecológica;
- Seis em dez adquiriram veículos mais eficientes no consumo de combustível;
- Duas em cinco melhoraram a logística e o planeamento da rota;
- Duas em cinco mudaram para pneus mais eficientes no consumo de combustível.
Apenas 8% das frotas não tomaram medidas para reduzir o consumo de combustível, as transportadoras rodoviárias europeias estão céticas sobre o que podem fazer mais para aumentar a eficiência no consumo de combustível e reduzir a emissão de CO2.
Atualmente, sete em dez frotas europeias trabalham no sentido de um objetivo ao qual se impuseram para reduzir o consumo de combustível e a emissão de CO2. Com esforços significativos já em curso, as frotas são conservadoras ao fazerem a estimativa da possível economia em termos de eficiência no consumo de combustível:
- 52% das frotas acha que não é capaz de atingir uma melhoria em termos de eficiência no consumo de combustível de mais de 10%;
- Só uma em dez acredita que o setor é capaz de atingir 20% do objetivo para a melhoria em termos de eficiência no consumo de combustível fixado no compromisso 20-20-20 da UE sobre a baixa emissão de carbono;
- Uma em cinco não tem a certeza se é capaz de obter alguma economia de combustível.
Curiosamente, as frotas de países com baixos preços de combustíveis são mais otimistas. Na Polónia e na Espanha, onde os preços dos combustíveis estão abaixo da média europeia, um quinto das frotas acredita que é capaz de atingir 20% de redução de consumo de combustível em 2020.
Contudo, no Reino Unido, onde os preços dos combustíveis estão acima da média europeia, um terço das frotas afirma que fez tudo o que pôde para melhorar a eficiência no consumo de combustível e que não pode ser feita mais nenhuma redução.
Com base nos resultados, a Goodyear Dunlop incentiva os decisores políticos a considerarem as seguintes recomendações no sentido de ajudar o setor dos transportes comerciais rodoviários a reduzir as emissões e a melhorar a eficiência no consumo de combustível:
- Tornar obrigatório o sistema de controle de pressão dos pneus em todos os veículos pesados;
- Investir numa melhor tecnologia de controle de pressão dos pneus para todos os veículos pesados;
- Dar incentivos aos operadores de frotas que investem em melhorias aerodinâmicas ou que adquirem pneus que atingem a classificação A, B, C de acordo com o novo regulamento da UE de etiquetagem de pneus, na resistência ao rolamento e na aderência ao piso molhado;
- Ajustar as restrições da UE sobre o peso e a altura dos veículos pesados, de modo a melhorar a eficiência no consumo de combustível.
Fonte: Cargo Edições
Lançado na Europa Novo Eixo que Consome 5% Menos Combustível
Uma febre ecológica parece ter tomado o mercado de caminhões. Tanto que não apenas combustíveis e motores tem sido alvo das mudanças de engenheiros para tornar o consumo cada vez menor e menos poluente. No dias de hoje não é raro acompanhar o lançamento de novas peças que ajudam no trabalho. E a holandesa DAF entrou neste jogo com um novo jogo de eixos que promete economia de até 5% no combustível.
O sistema pneumático de eixo tandem (sistema que compensa irregularidades do terreno para distribuir melhor o peso da carga) foi especificamente desenhado para aplicações pesadas que necessitem de tração adicional ou limitados pela ausência de pista. O SR1360T eixo tandem é 375 kg mais leve que os outros do segmento.
Este novo eixo faz parte dos planos da DAF ATe (Advanced Transport Efficiency, ou eficiência avançada de transporte) para reduzir o consumo de combustível, as emissões nocivas ao ambiente e melhorar a eficiência do caminhão.
O SR1360T está disponível em todos os caminhões 6×4 e 8×4 do DAF CF85 e XF105 comercializado na Europa. Há duas versões, uma com especificação técnica entre 21 e 26 toneladas que suporta arrastar até 70 toneladas, e outra para aplicações especiais, o GCW, que aguenta até 120 toneladas. A manutenção também é reduzida, sendo necessária a cada três anos ou 450 mil quilometros.
Fonte: Brasil Caminhoneiro